Carta O
Berro......................... .............................. ..repassem
Octopus
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Posted:
22 May 2012 07:18 AM PDT
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Paul Krugman, prémio Nobel da
Economia, defende o fim do euro para sair da crise. No caso particular da
Grécia, que esta já sofreu muitos danos por falta de soluções e pelas
imposições feitas pela troika, apesar da tragédia inicial, a saída do euro
representa uma luz ao fundo túnel.
Para Paul Krugman, a saída inevitável da
Grécia do euro será um pouco como a da Argentina em 2001, quando esta
abandonou a paridade da sua moeda com o dólar que mantinha desde o
princípio dos anos 90 quando precisou de combater a hiperinflação.
Lembra que o primeiro ano foi terrível,
para a Argentina, o PIB real caiu 11%, mas depois a economia recuperou
fortemente, em parte, porque o peso argentino foi desvalorizado, o que foi
óptimo para as exportações.
Da mesma maneira, o primeiro ano da
Grécia fora do euro também seria um ano terrível, embora não tão terrível
como foi na Argentina. A economia grega já sofreu muitos danos e muitos
daqueles que poderiam ter ido à falência já foram. Por outro lado, a
substituição dos euros pelos dracmas será terrível inicialmente, mas o
país poderá recuperar através das exportações.
Krugman lembra que a Grécia tem queijo,
azeite e vinho, assim como também transporte marítimo, que não serão muito
afectados e irão valer mais em dracmas, por outro lado, o turismo
ressurgirá e quando o caos for ultrapassado e novos pacotes turísticos
para as ilhas começarem a atrair hordas de britânicos.
O paralelismo mais próximo, refere
Krugman, é com a França depois da Grande Guerra, que tinha a sua própria
moeda mas um nível de dívida incomportável. Mesmo assim, as consequências
não foram catastróficas: a desvalorização do franco, e um aumento da
inflação ajudou a reduzir o valor real da dívida, ajudando assim o retorno
da estabilidade.
Krugman considera inevitável a saída da
Grécia da zona euro pois nenhuma das soluções até agora propostas é uma
verdadeira alternativa.
A saída da Grécia da zona euro terá como
consequência uma fuga de capital nos países da zona euro e a retirada em
massa dos depósitos bancários mas o Banco Central Europeu (BCE) tem a
possibilidade de enfrentar a situação com injecções de liquidez.
Já há alguns meses, Paul Krugman tinha
constatado que o que torna a história verdadeiramente dolorosa é que nada
disto tinha de acontecer. A Inglaterra, o Japão e os Estados Unidos têm
grandes dívidas e continuam a ter empréstimos a juros razoáveis, porque
têm a sua própria moeda, que podem valorizar ou desvalorizar conforme
entenderem. Se o Banco Central Europeu pudesse fazer o mesmo, não
estávamos a viver estes dias negros, mas não existe vontade política de
pôr o BCE a imprimir pelo terror da inflação
Sim, o fim do euro seria uma tragédia,
mas eventualmente com luz ao fundo do túnel, enquanto que na situação
actual a tragédia é um buraco negro, um poço
interminável.
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