Ao longo do tempo, a raça humana já inventou muitas formas diferentes de
destruir a si mesma. Muitos cientistas já se dedicaram a analisar algumas
atitudes que as pessoas tomam, mas grande parte dessa área de conhecimento ainda
permanece um mistério para muita gente. Esta lista com dez comportamentos
destrutivos é uma tentativa de jogar alguma luz sobre este assunto.
10 – Mentira
Contar uma mentira não é tão fácil para quem não está acostumado: um estudo
cronometrado concluiu que a mentira leva 30% a mais de tempo para ser falada do
que a verdade. Outras pesquisas mensuram quantas vezes uma pessoa mente em um
dia, um ano ou na vida inteira, por exemplo. Em uma destas investigações, feita
por psicólogos da Universidade de Massachussets (EUA), 60% dos participantes
foram flagrados mentindo pelo menos uma vez em uma conversa de dez minutos.
Mas ainda não está clara a origem da tendência à mentira. A maior parte dos
psiquiatras a atribui a problemas de auto-estima: quanto mais baixa, maiores as
chances do uso da mentira para mascarar a situação. Psicólogos de outra
universidade americana, a Washington and Lee (Lexington, Virginia), afirmam que
a definição de mentira já é algo impreciso. Para eles, a mentira depende de duas
coisas: a pessoa que conta deve acreditar que sua frase é falsa, e deve estar
com intenções claras de que o interlocutor a aceite como verdade. Se fugir desse
perfil, já não pode ser chamada de mentira.
9 – Violência
Será que a violência só acontece quando existe um motivo? Ou o cérebro e
genes do ser humano são condicionados a uma busca natural por ela? Muitos
pesquisadores já acreditaram na segunda opção. Analisando a pré-história, nossos
ancestrais tinham hábitos como canibalismo, por exemplo, mas pesquisas recentes
indicam que eles eram mais pacifistas do que o homem atual.
No mundo animal também existe violência, quase sempre relacionada à luta por
comida, parceiros sexuais ou território. Os seres humanos, em maior ou menor
escala, apresentam essas mesmas características: estudos de 2008 mostram que
existem áreas específicas no cérebro para esse fim.
Alguns psicólogos acreditam, por essa razão, que o ser humano é uma das
espécies mais violentas do planeta: o mecanismo hormonal responsável por isso é
ativado muito facilmente. Mesmo que a situação violenta não tenha uma relação
aparente com o instinto de sobrevivência animal.
8 – Roubo
Já não é algo novo na sociedade a existência dos cleptomaníacos, pessoas que
teriam tendência natural ao roubo. Um estudo com 43 mil pessoas descobriu que
11% admitiram já ter roubado uma loja pelo menos uma vez. Mas se esta atitude
nem sempre é motivada por necessidade, é preciso que algum fator emocional a
explique: a adrenalina da ação, por exemplo.
Uma pesquisa de 2009, conduzida pela Universidade de Minnesota, os
participantes foram ministrados ou com um placebo ou com doses de naltrexona, um
fármaco que reduz a compulsão por álcool e outros vícios, como drogas e jogo. E
o teste mostraria que a substância reduz também a compulsão ao roubo, ou seja,
ele também seria uma espécie de vício nocivo instalado em nossas mentes.
Fatores neurológicos à parte, também já foi registrado o ato de roubar no
mundo animal. Algumas espécies de macaco usam truques para chamar a atenção dos
rivais, tirá-los do lugar onde vivem e roubar a comida deles durante a
ausência.
7 – Traição
Por que o ser humano, já tendo escolhido um parceiro conjugal, continua
sujeito à tendência de procurar outra pessoa? Em cada cinco americanos, um acha
que a traição é moralmente aceitável ou que essa atitude nada tem a ver com
moral. Alguns estudos lançam um paradoxo: são justamente as pessoas com mais
integridade moral, em teoria, que tendem a trair mais.
E qual seria o motivo? Psicólogos explicam que é justamente porque tais
pessoas tiram a traição conjugal da esfera da ética. Em alguns casos, alguma
condição ou atitude do parceiro traído seria justificativa suficiente para isso.
Fatores de gênero e poder também estão envolvidos nessa balança, mas muitos
aspectos sobre a traição continuam obscuros.
6 – Vícios
Todos os fumantes sabem, atualmente, que estão fazendo mal a seus pulmões, e
mesmo assim fumam. Mas talvez isso não se explique apenas pela dependência
química que a nicotina causa no corpo: fatores psicológicos podem levar as
pessoas a manter este e outros maus hábitos de vida. Por que, apesar da
consciência do mal, as pessoas buscam justificar suas atitudes (dizendo coisas
como: minha avó tem 90 anos e fumou a vida inteira)?
Uma psicóloga canadense, da Universidade de Alberta, elencou cinco razões
além da biologia para afirmar porque as pessoas não largam seus vícios. Seriam
elas: rebeldia interna natural, necessidade de ser aceito socialmente,
incapacidade de realmente compreender os riscos do vício, visão egocêntrica de
mundo (algo como não se preocupar com as pessoas que vão sofrer se você morrer)
e predisposição genética.
5 – Bullying
A palavra que entrou na moda em um passado recente, no Brasil, serve para
explicar uma atitude muito antiga: a discriminação. No caso de crianças,
psicólogos ainda divergem sobre a origem deste comportamento entre os dois
ambientes que elas freqüentam: a família e a escola. A maioria dos educadores
acredita que a influência comece em casa, mas em ambos os cenários a criança
encontra condições sociais para praticar o bullying.
É claro que esta atitude não se limita às escolas: uma pesquisa afirmou que
30% dos profissionais norte americanos já passaram pela experiência da
discriminação no trabalho. Tomando o bullying como uma condição psicológica do
ser humano, a maioria dos profissionais acredita que esteja relacionado a
questões de status e poder: quando humilhamos uma pessoa, nos colocamos em
patamar superior perante o grupo.
4 – Alterações artificiais no corpo
Quem nunca fez tatuagem já deve estar cansado de ouvir histórias de como é
dolorido e de como foram sofridas as horas que a pessoa passou na cadeira da
loja para imprimir um desenho na própria pele. Mesmo assim, essa e outras várias
mudanças artificiais no corpo continuam atraindo muitos interessados e estão
cercadas de fascinação.
Cirurgias plásticas no rosto e no corpo, implantes e adereços pelo corpo
fazem parte da história moderna do ser humano. Psicólogos não negam que a
principal razão seja mesmo a busca pela beleza e para se ficar mais apresentável
na sociedade. Mas não seria apenas isso. A questão, conforme especialistas
afirmam, não está apenas na pessoa se sentir bem perante os outros, e sim
consigo mesma. Mas uma coisa, obviamente, está ligada à outra.
3 – Stress
Será que as pessoas têm a escolha de se estressar ou não diante da vida que
levam? Muitos estudos já comprovaram que ele piora a saúde em todos os sentidos
e podem levar o corpo a um precoce ataque cardíaco ou um até um câncer.
O ambiente do trabalho sempre foi tomado como a maior fonte de stress. E a
tecnologia moderna representou, conforme explicam os pesquisadores, uma ameaça
em potencial: quanto mais celulares e laptops nós temos, menor fica a linha que
separa o trabalho do descanso: levamos trabalho para casa, temos menos tempo
para relaxar e acabamos nos estressando mais. As velhas dicas de bom sono, boa
alimentação e exercícios físicos regulares ficam cada vez mais válidas diante
desta situação.
2 – Jogo
Não é apenas o ser humano que tem uma impulsão natural a apostar: até os
macacos o fazem. Um experimento concluiu que os primatas se sujeitaram a testes
contínuos para conseguir um prêmio, no caso uma tigela de suco de frutas. E se
tinham a oportunidade de conseguir um pouco mais, mesmo arriscando perder o que
já tinham, eles tentavam. Mas como surge essa tendência?
Psicólogos afirmam que o nosso cérebro tente a acreditar nas próprias
vitórias. Logo, quando a gente vence por muito pouco, não pensa nisso como uma
quase-derrota e que as chances de perda eram muito maiores do que a de ganho.
Pensamos que a vitória deve ser repetida, por isso vamos novamente ao jogo sem
pensar nas consequências. Muitas histórias de fortunas perdidas em cassinos, por
exemplo, foram motivadas por este simples mecanismo mental.
1 – Fofoca
O que a vida alheia tem de tão interessante, que nos torna atraídos a falar
dela várias vezes e com muitas pessoas? As fofocas criam laços pessoais. Ela é
usada socialmente, conforme explicam os especialistas, para aproximar duas
pessoas que não gostam de uma terceira.
Os psicólogos pensam na boataria como um dos fatores mais destrutivos porque
ela está atrelada a outros: quem fofoca nem sempre tem compromisso com a
verdade, e a vida dos outros pode ganhar uma versão totalmente distorcida na
boca do interlocutor. [
LiveScience]