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martes, 12 de abril de 2011

Tinkunaco 0237/11 - Fwd: [Carta O BERRO] Entrevista a Frei Betto, sobre o livro 'Conversa sobre a fé e a ciência'

Carta O Berro..........................................................repassem

 
 
Entrevista a Frei Betto
Clariana Zanutto
Cultura News
Adital
Frei Betto participou de papo sobre o livro ‘Conversa sobre a fé e a ciência’.
Autor de mais de 50 livros entre memórias, romances e ensaios e vencedor de dois prêmios Jabuti, o jornalista, antropólogo, filosofo e teólogo, Frei Betto escreveu o livro ‘Conversa sobre a fé e a ciência’ em parceria com o físico Marcelo Gleiser. O diálogo foi mediado por Waldemar Falcão.
Em entrevista concedida ao Cultura News, Frei Betto fala sobre seu livro, como podemos aplicar o conteúdo da obra em nosso cotidiano, a delicada relação entre ciência e fé e muito mais. Leia a conversa completa abaixo:
Fale sobre o livro Conversa sobre a ciência e a fé.
Foi uma honra elaborar este livro em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão. Gleiser é um renomado físico teórico, professor em universidade dos EUA, autor de obras importantes. Falcão, amigo de longa data, é um espiritualista dedicado ao diálogo inter-religioso, também autor de livros que retratam experiências espirituais hetedoroxas aos olhos da tradição cristã. Ficamos os três trancados três dias num hotel do Rio e creio que de nosso diálogo resultou um texto interessante para todos aqueles que se perguntam sobre a relação da fé com os dados da ciência, em que medida esses dois campos do saber e da experiência humanos coincidem, discordam, antagonizam-se e/ou se complementam. Em A obra do artista: uma visão holística do universo eu já havia dado meus primeiros passos na direção do diálogo entre espiritualidade e astrofísica e física quântica.
Quais os assuntos abordados no livro?
Abordamos desde o Big Bang, visto à luz da fé e das pesquisas científicas, até os fundamentalismos religiosos e ateístas, que andam em moda. Falamos de mística, experiências esotéricas, pesquisas sobre cosmologia etc. Cada um de nós descreveu sua trajetória de vida, formação, influências importantes. Estou convencido de que o livro revela que o diálogo entre a fé e a ciência é possível quando há tolerância e compreensão de que são duas áreas distintas, porém não excludentes.
Como surgiu a parceria com Marcelo Gleiser e a ideia para escrever o livro?
Surgiu de proposta da editora. O primeiro livro desta coleção foi Conversa sobre o tempo, um diálogo entre Luiz Fernando Veríssimo e Zuenir Ventura, mediado por Arthur Dapieve.
Quais as grandes diferenças e semelhanças entre a ciência e a fé?
As pessoas que têm fé dependem de avanços científicos e tecnológicos. E muitas, que conciliam os dois campos em suas consciências, sabem que não são saberes incompatíveis, pois não buscam dados científicos nos textos religiosos nem revelações teológicas nas constatações da ciência. A fé é uma luz que permite aos nossos olhos entender a dimensão transcendente de tudo isso que a ciência apura. Esta avança a partir de dados empíricos, experimentais, comprovados, enquanto a fé é um dom da inteligência, uma adesão a verdades reveladas. A fé não nos diz como o Universo surgiu, diz apenas que por trás do Big Bang há um Deus criador. A ciência conhece o fenômeno da morte mas não se atreve a afirmar o que há após o fim da vida.
Como podemos aplicar no cotidiano o conteúdo da obra Conversa sobre a fé e a ciência?
Creio que um dos méritos do livro é ajudar aqueles que têm dificuldade de conciliar fé e ciência, dados na Bíblia e comprovações científicas que não coincidem com ideias supostamente científicas propaladas pela tradição religiosa, como é o caso do conceito criacionista, que nega os avanços científicos de Darwin. É uma obra que quebra tabus, desmistifica preconceitos, mostra que há mais afinidades que diversidades entre fé e ciência.

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