20 de julho de 2015 - 18h35
Este enredo tem como base a seguinte fábula: acabou a impunidade no Brasil e em pouco tempo o PT e o Lula, que inventaram a corrupção, serão criminalizados. Segue trecho de um colunista amestrado do segundo escalão do jornal O Globo, na edição desta segunda-feira (20): “Os donos do poder não estão mais acima das leis. A transparência de uma sociedade aberta assusta mentes retrógradas que se habituaram à subserviência e à impunidade (...) Barbosa e Moro decretam o fim da impunidade para os donos do poder”. Sem dúvida é uma fábula edificante. Contudo, é bom que se esclareça que o articulista, ao se referir a “poder” não inclui nesta categoria os donos dos meios de comunicação, governantes ou políticos ligados ao PSDB e magnatas do mercado financeiro, todos eles protegidos pela cumplicidade de um aparelho policial e judiciário ocupado em boa parte por convictos direitistas confortavelmente embalados pela hipocrisia de uma mídia venal e intocável. O comendador da Globo, os delegados aecistas e outros tantos exemplos comprovam estes fatos.
Um colunista amestrado e sua obsessão
Nesta mesmo edição de O Globo, outro colunista amestrado, este do primeiro escalão, Ricardo Noblat, depois de apresentar como ilustração em sua coluna a cabeça da presidenta Dilma cortada em uma bandeja, traz agora uma charge com a foto do ex-presidente Lula ao lado de Cunha e Collor, todos vestidos como os personagens "Irmãos Metralha", com sacos de dinheiro na mão e fugindo de uma viatura policial. Um fato “irrelevante”: Lula de nada é acusado e o inquérito aberto contra o ex-presidente pelo Ministério Público Federal pode ou não redundar em alguma acusação, desfecho que ainda não conhecemos (ou talvez os irmãos Marinho já conheçam e já tenham até prometido ao promotor Valtan Timbó Mendes Furtadouma medalha igualzinha a que o Moro ganhou). Segundo diversos juristas, o inquérito é risível, aborda fatos ocorridos quando Lula já não exercia qualquer cargo público e fica nítida a motivação meramente política do procedimento. De qualquer maneira O Globo agora adota um padrão ainda mais elevado no seu jornalismo, antes condenava quem não tinha sido julgado e agora condena antes mesmo de qualquer acusação.
Sobre caluniadores e as ilusões
Publicar uma charge do ex-presidente Lula como um bandoleiro, comparando-o a Cunha e a Collor, não tem qualquer justificativa e faz de O Globo um reles panfleto caluniador movido pelo desejo de vingança política contra um líder popular que derrotou os candidatos apoiados pela família Marinho em quatro sucessivas eleições presidenciais. Se existe um lado bom nisto tudo, e sempre existe, é que visões idílicas sobre “transições suaves” e outros mitos que tanto ajudaram a desarmar politicamente a esquerda, perdem cada vez mais espaço diante da virulência de uma direita neofascista que ataca com fúria mesmo os sociais-democratas mais moderados. Abandonar ilusões é uma coisa sempre útil, quando se trata de enfrentar a realidade concreta, pois como dizia Fernando Pessoa: “Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos”.
O Globo, a arte da calúnia e um conselho de Fernando Pessoa
A mídia hegemônica brasileira, sistema Globo à frente, prossegue a sua cantilena udenista, cujo enredo simplista engana muita gente.
Este enredo tem como base a seguinte fábula: acabou a impunidade no Brasil e em pouco tempo o PT e o Lula, que inventaram a corrupção, serão criminalizados. Segue trecho de um colunista amestrado do segundo escalão do jornal O Globo, na edição desta segunda-feira (20): “Os donos do poder não estão mais acima das leis. A transparência de uma sociedade aberta assusta mentes retrógradas que se habituaram à subserviência e à impunidade (...) Barbosa e Moro decretam o fim da impunidade para os donos do poder”. Sem dúvida é uma fábula edificante. Contudo, é bom que se esclareça que o articulista, ao se referir a “poder” não inclui nesta categoria os donos dos meios de comunicação, governantes ou políticos ligados ao PSDB e magnatas do mercado financeiro, todos eles protegidos pela cumplicidade de um aparelho policial e judiciário ocupado em boa parte por convictos direitistas confortavelmente embalados pela hipocrisia de uma mídia venal e intocável. O comendador da Globo, os delegados aecistas e outros tantos exemplos comprovam estes fatos.
Um colunista amestrado e sua obsessão
Nesta mesmo edição de O Globo, outro colunista amestrado, este do primeiro escalão, Ricardo Noblat, depois de apresentar como ilustração em sua coluna a cabeça da presidenta Dilma cortada em uma bandeja, traz agora uma charge com a foto do ex-presidente Lula ao lado de Cunha e Collor, todos vestidos como os personagens "Irmãos Metralha", com sacos de dinheiro na mão e fugindo de uma viatura policial. Um fato “irrelevante”: Lula de nada é acusado e o inquérito aberto contra o ex-presidente pelo Ministério Público Federal pode ou não redundar em alguma acusação, desfecho que ainda não conhecemos (ou talvez os irmãos Marinho já conheçam e já tenham até prometido ao promotor Valtan Timbó Mendes Furtadouma medalha igualzinha a que o Moro ganhou). Segundo diversos juristas, o inquérito é risível, aborda fatos ocorridos quando Lula já não exercia qualquer cargo público e fica nítida a motivação meramente política do procedimento. De qualquer maneira O Globo agora adota um padrão ainda mais elevado no seu jornalismo, antes condenava quem não tinha sido julgado e agora condena antes mesmo de qualquer acusação.
Sobre caluniadores e as ilusões
Publicar uma charge do ex-presidente Lula como um bandoleiro, comparando-o a Cunha e a Collor, não tem qualquer justificativa e faz de O Globo um reles panfleto caluniador movido pelo desejo de vingança política contra um líder popular que derrotou os candidatos apoiados pela família Marinho em quatro sucessivas eleições presidenciais. Se existe um lado bom nisto tudo, e sempre existe, é que visões idílicas sobre “transições suaves” e outros mitos que tanto ajudaram a desarmar politicamente a esquerda, perdem cada vez mais espaço diante da virulência de uma direita neofascista que ataca com fúria mesmo os sociais-democratas mais moderados. Abandonar ilusões é uma coisa sempre útil, quando se trata de enfrentar a realidade concreta, pois como dizia Fernando Pessoa: “Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos”.
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