22 de Novembro de 2016
Dentre essas obviedades está a forma como os governos gastam o orçamento público, na medida em que essa ação revela, além de suas prioridades, o seu compromisso social e seu conteúdo de classe. Mas se não há clareza numa coisa tão simples, nós precisamos avaliar e reavaliar os nossos métodos.
Afora a versão sistemática e unilateral que a direita repete como um mantra em seus instrumentos de comunicação para estabelecer a concepção que lhe convém, talvez nós não estejamos tendo um mínimo de competência para explicar essas coisas simples, às vezes porque ficamos presos a uma estrutura acadêmica que “exige” certa pompa retórica para não parecer raso.
Vamos tentar, pois me custa aceitar que as pessoas não se rebelem ao tomarem conhecimento de como o nosso dinheiro é dilapidado pelo “governo” de plantão.
Em valor aproximado, o orçamento de 2017 será da ordem de R$ 3,49 trilhões. Desse montante, nada menos do que R$ 1,78 trilhões (51%) estão reservados para o serviço da dívida pública federal, que inclui o refinanciamento da dívida e o pagamento de juros propriamente dito.
Uma análise nesses números, mesmo que superficial, deixa qualquer um possesso, por mais generoso que ele seja em relação ao atual “governo”, senão vejamos:
1. Saúde. O valor orçado é de 115,4 bilhões de reais, para garantir atenção aos nossos 200 milhões;
2. Educação. A previsão é da ordem de 105,6 bilhões de reais para manter escolas e universidades funcionando e, teoricamente, abrindo novas vagas, quando o atual governo tenta é fechar;
3. Agricultura e Abastecimento. Para garantir exportações e salvar a balança comercial Temer reservou apenas 11,1 bilhões de reais de seu orçamento;
4. Servidores. Para toda a máquina pública está previsto R$ 306,9 bilhões;
5. Previdência. A previsão é que a receita alcance R$ 381,1 bilhões. Como as despesas devem chegar a R$ 562,4 bilhões, o déficit previsto será de R$ 181,3 bilhões;
Como é fácil concluir, com uma simples operação aritmética, todas as despesas com Saúde, Educação, Agricultura e Abastecimento, Servidores Públicos e Previdência Social está estimada em algo como R$ 720,3 bilhões de reais.
Mas, apenas o pagamento de juros, consumirá R$ 870 bilhões de reais do orçamento de 2017.
Fica evidente que não é a previdência, tampouco os servidores, e muito menos os serviços essenciais ao povo que estão inviabilizando as contas públicas do país, mas sim a explícita agiotagem. Não restam dúvidas, portanto, de qual foi o objetivo do golpe e a quem, efetivamente, esse “governo” serve: aos banqueiros e aos agiotas internacionais.
Economia política para leigos
Eron Bezerra *Há coisas que são tão óbvias, tão simples, que às vezes é difícil entender porque "as pessoas não entendem", resmunga o incomodado de plantão.
Dentre essas obviedades está a forma como os governos gastam o orçamento público, na medida em que essa ação revela, além de suas prioridades, o seu compromisso social e seu conteúdo de classe. Mas se não há clareza numa coisa tão simples, nós precisamos avaliar e reavaliar os nossos métodos.
Afora a versão sistemática e unilateral que a direita repete como um mantra em seus instrumentos de comunicação para estabelecer a concepção que lhe convém, talvez nós não estejamos tendo um mínimo de competência para explicar essas coisas simples, às vezes porque ficamos presos a uma estrutura acadêmica que “exige” certa pompa retórica para não parecer raso.
Vamos tentar, pois me custa aceitar que as pessoas não se rebelem ao tomarem conhecimento de como o nosso dinheiro é dilapidado pelo “governo” de plantão.
Em valor aproximado, o orçamento de 2017 será da ordem de R$ 3,49 trilhões. Desse montante, nada menos do que R$ 1,78 trilhões (51%) estão reservados para o serviço da dívida pública federal, que inclui o refinanciamento da dívida e o pagamento de juros propriamente dito.
Uma análise nesses números, mesmo que superficial, deixa qualquer um possesso, por mais generoso que ele seja em relação ao atual “governo”, senão vejamos:
1. Saúde. O valor orçado é de 115,4 bilhões de reais, para garantir atenção aos nossos 200 milhões;
2. Educação. A previsão é da ordem de 105,6 bilhões de reais para manter escolas e universidades funcionando e, teoricamente, abrindo novas vagas, quando o atual governo tenta é fechar;
3. Agricultura e Abastecimento. Para garantir exportações e salvar a balança comercial Temer reservou apenas 11,1 bilhões de reais de seu orçamento;
4. Servidores. Para toda a máquina pública está previsto R$ 306,9 bilhões;
5. Previdência. A previsão é que a receita alcance R$ 381,1 bilhões. Como as despesas devem chegar a R$ 562,4 bilhões, o déficit previsto será de R$ 181,3 bilhões;
Como é fácil concluir, com uma simples operação aritmética, todas as despesas com Saúde, Educação, Agricultura e Abastecimento, Servidores Públicos e Previdência Social está estimada em algo como R$ 720,3 bilhões de reais.
Mas, apenas o pagamento de juros, consumirá R$ 870 bilhões de reais do orçamento de 2017.
Fica evidente que não é a previdência, tampouco os servidores, e muito menos os serviços essenciais ao povo que estão inviabilizando as contas públicas do país, mas sim a explícita agiotagem. Não restam dúvidas, portanto, de qual foi o objetivo do golpe e a quem, efetivamente, esse “governo” serve: aos banqueiros e aos agiotas internacionais.
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