Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.
Tradução: Elissandro dos Santos Santana.
(Português/Español).
Na última semana, o governo do presidente Mauricio Macri tem avançado sobre as liberdades civis quase sem oposição.
Em declarações à imprensa, criticou a
juízes, procuradores e funcionários judiciais, acusando-os de
“dificultar a política”; supondo que a estrita aplicação das leis é um
obstáculo. Esta declaração de princípios, que deveria haver disparado
críticas no espectro político da oposição, assim como na imprensa, quase
não teve repercussão; com exceção do comunicado que emitiu
posteriormente a associação “Justiça Legítima” que havia sido o alvo de
seu ataque.
Macri havia dito nessa entrevista: “há
juízes e promotores deste grupo por todos os lados, que obstruem a
política (como aconteceu com as taxas), ou que acreditam na abolição do
Código Penal. Travam as decisões políticas, sejam econômicas ou de
segurança, por razões ideológicas, não judiciais. Conheço-os. Faziam-me o
mesmo na Capital Federal”.
E no dia seguinte, esse mesmo importante
jornal matutino publicou uma lista de juízes que poderiam ser levados a
um impeachment, por não gozarem da simpatia de Mauricio Macri.
Quase na solidão, a associação “Justiça Legítima” emitiu um comunicado e manifestou sua preocupação: “suas palavras contém uma velada ameaça ou uma advertência inaceitável em um sistema de divisão de poderes”.
A gravidade institucional que representa
este novo avanço do Poder Executivo sobre a independência dos demais
poderes reside em que os mecanismos democráticos que deveriam ser
acionados para impedi-lo, encontram-se sob o domínio real do partido
governista.
Também, deu-se a conhecer uma Resolução
da Chefia de Gabinete de Ministros, pela qual se disporá da utilização
da base de dados da Administração Nacional da Segurança Social (ANSES).
Este Organismo é detentor de todos os dados filiados, domicílio,
telefone, e-mail, celular, dados de pensão; bem como também informação
sobre os benefícios sociais que pudesse perceber por deficiência de
algum familiar, viuvez, pensão alimentícia etc.
Em uma clara violação das garantias
constitucionais e das leis vigentes que protegem os dados pessoais, o
governo de Mauricio Macri decidiu utilizar a base mais importante e mais
atualizada do país, com a desculpa de que serão usados em comunicação,
incluindo as redes sociais.
Dois dias depois, reuniu-se com os
gerentes das principais empresas de telefonia móvel, para assinar um
acordo que permita ao Estado acessar o celular de determinados cidadãos.
Do governo, prometem que sempre se utilizará este recurso, atuando a partir de ordem judicial.
Não é possível contornar que Mauricio
Macri foi eleito presidente com o voto dos argentinos, porém, tampouco
podemos deixar de lado que assumiu processado judicialmente por criar um
corpo paraestatal de espionagem com pessoal da Polícia Metropolitana da
Cidade de Buenos Aires que ele governava.
Durante a investigação, pode
estabelecer-se que as escutas telefônicas ilegais realizadas sobre
familiares de vítimas do atentado à AMIA, funcionários do governo de
Cristina Kirchner, jornalistas e até seus próprios familiares foram
realizadas com ordem judicial emanada dos juízes de Misiones, distante
quase 1000 quilômetros e que eram conhecidos de Mauricio Macri.
O processo pela suposta participação
nesta espionagem foi solicitado pelo promotor Alberto Nisman, o mesmo
que apareceu morto com um tiro na cabeça no banheiro de seu apartamento,
em circunstâncias ainda em investigação.
Alberto Nisman, antes de morrer, havia
recebido, em menos de 48 horas, mais de 60 chamadas; umas 40 delas,
provenientes dos telefones de duas mulheres vinculadas a Mauricio Macri:
Laura Alonso, que hoje ocupa a chefia do Escritório Anticorrupção e
Patrícia Bullrich, que hoje é a Ministra de Segurança do Governo.
Ameaças públicas a grupos de
funcionários do judiciário, espionagem, perda de direitos humanos e de
cidadania, e o lobo de prontidão cuidando das ovelhas…
A Dictocracia Macrista está apenas começando a mostrar os dentes.
Relucen los dientes del lobo
Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.
En la última semana, el gobierno del
presidente Mauricio Macri ha ido avanzando sobre las libertades
ciudadanas casi sin oposición.
En declaraciones a la prensa, criticó a
magistrados, fiscales y funcionarios del poder judicial, acusándolos de
“entorpecer la política”; dando por sentado que el estricto
cumplimiento de las leyes es un obstáculo. Esta declaración de
principios, que debería haber disparado críticas en el arco político
opositor como así también en la prensa, casi no tuvo repercusión; a
excepción del comunicado que emitió con posterioridad la asociación
“Justicia Legítima” que había sido el blanco de su ataque.
Macri había dicho en esa entrevista :
“Hay jueces y fiscales de esa agrupación en todos lados que obstruyen la
política (como sucedió con las tarifas) o que creen en la abolición del
Código Penal. Traban las decisiones políticas, sean económicas o de
seguridad, por razones ideológicas, no judiciales. Los conozco. Me
hacían lo mismo en la Capital Federal”.
Y al día siguiente ese mismo
importante matutino publicó una lista de magistrados que podrían ser
llevados a un juicio político por no gozar de la simpatía de Mauricio
Macri.
Casi en soledad, la asociación “Justicia Legítima”, emitió un comunicado y manifestó su preocupación : “sus palabras contienen una velada amenaza o una advertencia inaceptable en un sistema de división de poderes”.
La gravedad institucional que
representa este nuevo avance del Poder Ejecutivo sobre la independencia
de los otros poderes, reside en que los mecanismos democráticos que
debieran accionarse para impedirlo, se encuentran bajo dominio real del
partido gobernante.
También se dio a conocer una Resolución
de la Jefatura de Gabinete de Ministros, por la que se dispondrá de la
utilización de la base de datos de la Administración Nacional de la
Seguridad Social (ANSES). Este organismo es custodia de todos los datos
filiatorios; domicilio; teléfono; correo electrónico; teléfono móvil;
datos previsionales; así como también información sobre los beneficios
sociales que pudiera percibir por discapacidad de algún familiar,
viudez, enfermedades, pago de alimentos, etc.
En una clara violación a las garantías
constitucionales y las leyes vigentes que protegen los datos personales;
el gobierno de Mauricio Macri ha decidido usar la base más importante y
más actualizada del país, con la excusa de que serán usados en
comunicación, incluyendo las redes sociales.
Dos días después, se reunió con los
gerentes de las principales empresas de telefonía móvil, para firmar un
acuerdo que le permita al Estado acceder al teléfono móvil de
determinados ciudadanos.
Desde el gobierno, prometen que siempre se utilizará este recurso, actuando bajo orden judicial.
No es posible soslayar, que Mauricio
Macri fue elegido presidente con el voto de los argentinos; pero tampoco
podemos dejar de lado, que asumió procesado judicialmente por crear un
cuerpo paraestatal de espionaje con personal de la Policía Metropolitana
de la Ciudad de Buenos Aires que él gobernaba.
Durante la investigación pudo
establecerse que las escuchas telefónicas ilegales realizadas sobre
familiares de víctimas del atentado a la AMIA; funcionarios del gobierno
de Cristina Kirchner; periodistas y hasta sus propios familiares; fueron realizadas con la orden judicial emanada de dos magistrados de la provincia de Misiones, distante a casi 1000 km; y que eran conocidos de Mauricio Macri.
El procesamiento por su supuesta
participación en este espionaje, fue pedido por el Fiscal Alberto
Nisman; el mismo que apareció muerto con un tiro en la cabeza en el baño
de su departamento, en circunstancias que aún se investigan.
Alberto Nisman, antes de morir, había
recibido en menos de 48 horas, más de 60 llamadas; unas 40 de estas,
provenientes de los teléfonos de dos mujeres vinculadas a Mauricio
Macri: Laura Alonso, que hoy ocupa la jefatura de la Oficina
Anticorrupción; y Patricia Bullrich, quien hoy es la Ministra de
Seguridad del gobierno.
Amenazas públicas a conjuntos de
funcionarios judiciales, espionaje, pérdida de derechos humanos de la
ciudadanía, y el lobo puesto a cuidar a las ovejas…
La dictocracia macrista apenas está empezando a mostrar sus dientes.
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