Amplia solidaridad con Lula en Brasil y en América Latina por la muerte de su esposa
El
presidente boliviano Evo Morales envió sus condolencias al exmandatario
brasileño Luiz Inácio Lula da Silva, por la muerte de su esposa Marisa
Leticia este jueves.
A nombre del pueblo boliviano, expresar condolencias al Hno. Lula por el fallecimiento de su Sra. esposa. Hoy y siempre contigo, ¡fuerza!
Por
su parte, el presidente de Ecuador, Rafael Correa, también manifestó su
pesar por el fallecimiento de la compañera de vida del exmandatario y
envió su “abrazo solidario” a Lula da Silva.
Nuestro cariño y abrazo solidario a ese inmenso latinoamericano Lula da Silva, por el fallecimiento de su querida esposa.
La expresidenta argentina Cristina Fernández de Kirchner también expresó en Twitter que acompaña a Lula en este momento.
Querido compañero Lula. Cuánto te acompañamos en este momento! @LulapeloBrasil
El
canciller de Ecuador, Guillaume Long, también expresó su profunda
tristeza y envió “toda su solidaridad” al expresidente Lula.
Gran tristeza y toda nuestra solidaridad con @LulapeloBrasil por el fallecimiento de María Leticia Rocco, su compañera de vida
La
esposa del exmandatario brasileño de 66 años sufrió un accidente
cerebrovascular (ACV) según informó el Hospital Sirio Libanés de la
ciudad brasileña de Sao Paulo. Doña Leticia, como le dicen los más
cercanos, fundó junto con Lula da Silva el Partido de los Trabajadores
(PT) de Brasil.
Estudantes, intelectuais e movimentos se solidarizam com família Lula da Silva
Estudantes,
políticos e intelectuais se juntaram a anônimos que, por meio das redes
sociais, enviam mensagens de apoio à família do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva pela morte de Marisa Letícia Lula da Silva, na
manhã de ontem (2), no Hospital Sírio-libanês, em São Paulo. Na maioria
delas são destacadas a força, a fibra, altivez, discrição e
companheirismo, entre outras qualidades, que vão deixar saudade. Em
outras, o lamento contra pressões e perseguições.
“Mulher
forte, guerreira, que nunca fugiu da luta. É assim que nos lembraremos
de você”, afirma a União Nacional dos Estudantes (UNE).
“Dona
Marisa se foi. Adorava um papo, um copo, dançar, pescar. Solidária e
participativa. Do país da Impunidade para a República do Linchamento”,
disse Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente no governo Lula.
“Nosso
coração se enche de pesar ao ver partir alguém com seu exemplo de
força, altivez e discrição que tanto fez pelo Brasil. Vá em paz, dona
Marisa guerreira, com nosso eterno agradecimento”, diz o deputado
federal Orlando Silva (PCdoB-SP).
“Dona
Marisa Letícia, exemplo de força e dignidade. Minha solidariedade aos
amigos e familiares neste momento de dor” é a mensagem do senador
Lindbergh Farias (PT-RJ)
“Viva
pra sempre no nosso amor, Dona Marisa Letícia. Força ao Lula e à sua
família”, afirma a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).
Do
vereador Eduardo Suplicy (PT-SP): “Marisa que tão boa companheira e mãe
tem sido nestes 44 anos de casamento, nosso sentimento de pesar e
solidariedade”.
O
Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) também se
solidarizou: “É com profundo pesar que nos dirigimos à família de Dona
Marisa Letícia, em especial ao seu companheiro de vida, Luiz Inácio Lula
da Silva, para manifestar nossa solidariedade e desejar força nesse
momento de dor. Dona Marisa foi uma lutadora e exemplo da classe
trabalhadora. Criou seus filhos, militou no sindicato dos metalúrgicos e
participou com seu companheiro em todas as batalhas da classe. Forte e
discreta, compartilhou com Lula o sonho de uma sociedade justa e
fraterna. E se transformou na primeira operária primeira-dama do país.”
A
Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares estendeu sua solidariedade
aos familiares e amigos. “Dona Marisa Letícia, uma lutadora que,
deixando a concretude material da história, ganha as páginas
inesquecíveis da memória e do exemplo.”
Protesto
“Pobre
de um país ou sociedade em que o ódio político supera qualquer preceito
básico de solidariedade humana para com o próximo”, disse em protesto
contra as manifestações de ódio pelas redes sociais o neurocientista
Miguel Nicolelis.
O
componente político no adoecimento da ex-primeira dama foi destacado
pelo coletivo A Cidade Que Queremos, de Porto Alegre, que manifestou seu
profundo pesar. “Dona Marisa Letícia, ativista, militante do Partido
dos Trabalhadores e esposa do ex-presidente Lula. Seu falecimento, por
razões agravadas pelas pressões a que sua família vem sendo submetida,
nos fará lutar mais ainda pela Democracia de nosso país e a cidadania de
milhões de brasileiros e brasileiras. Marisa Letícia Lula da Silva,
presente!”
A
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) divulgou uma
nota intitulada “Solidariedade é sentir a dor dos outros”. A entidade
lamentou a perseguição sofrida pela família Lula da Silva: “Sentimos as
dores das acusações e da difamação. A quem não foi ensinado a amar resta
o ódio. Nós aprendemos a amar (…) Amamos e somos solidários porque
sonhamos e lutamos, juntos com Lula e Marisa Letícia, por um Brasil
humano e decente para todas as pessoas.”
“Dona
Marisa foi uma mulher de fibra, sempre firme. Quero transmitir a Lula e
sua família meus sentimentos neste momento tão triste”, afirmou Luciana
Genro (Psol).
“Meus sentimentos, caríssimo Lula. Descanse em paz, dona Marisa”, disse o jornalista Xico Sá.
Metalúrgicos do ABC
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC divulgou nota de pesar:
Os Metalúrgicos do ABC lamentam profundamente a morte da companheira Marisa Letícia da Silva. A tristeza é grande, por uma perda que não tem reparação. Marisa era parte da família metalúrgica. Uma pessoa da casa, sempre próxima desse Sindicato, carinhosa com nossa diretoria, a quem chamava de “meninos”.
Nossa categoria a admirava muito. Mesmo nesse momento mais difícil da vida, com toda a pressão que vinha recebendo por conta de acusações injustas, Marisa nunca perdeu a dignidade, continuou sendo a companheira que sempre foi, com o desejo, a esperança e a disposição de fazer o melhor para o Brasil.
Ao presidente Lula, sabemos que a ausência de Marisa nunca será suprida, mas temos certeza de que a energia e o carinho dos milhões de brasileiros que o admiram e respeitam o ajudarão a seguir em frente.
A toda família, a solidariedade dos Metalúrgicos do ABC.
Marisa Letícia, presente!
Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Rede Brasil Atual
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC divulgou nota de pesar:
Os Metalúrgicos do ABC lamentam profundamente a morte da companheira Marisa Letícia da Silva. A tristeza é grande, por uma perda que não tem reparação. Marisa era parte da família metalúrgica. Uma pessoa da casa, sempre próxima desse Sindicato, carinhosa com nossa diretoria, a quem chamava de “meninos”.
Nossa categoria a admirava muito. Mesmo nesse momento mais difícil da vida, com toda a pressão que vinha recebendo por conta de acusações injustas, Marisa nunca perdeu a dignidade, continuou sendo a companheira que sempre foi, com o desejo, a esperança e a disposição de fazer o melhor para o Brasil.
Ao presidente Lula, sabemos que a ausência de Marisa nunca será suprida, mas temos certeza de que a energia e o carinho dos milhões de brasileiros que o admiram e respeitam o ajudarão a seguir em frente.
A toda família, a solidariedade dos Metalúrgicos do ABC.
Marisa Letícia, presente!
Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Rede Brasil Atual
Dilma exalta força e importante papel político de Dona Marisa
A
presidenta eleita Dilma Rousseff publicou nota, nesta quinta-feira (2),
lamentando a morte cerebral da ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da
Silva.
Dilma
afirmou que conhecia e admirava Dona Marisa, como era chamada, e
lembrou as perseguições e injustiças que ela e o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva foram vítimas nos últimos meses.
“Imagino
que a dor de Lula agora é insuportável. Mas tenho certeza que ele
saberá superar este momento difícil, recebendo de todos nós, seus
companheiros e admiradores, e do povo brasileiro, muitas preces e
orações, repletas de carinho e solidariedade”, escreveu.
Parlamentares
e personalidades também prestaram homenagens à ex-primeira dama do
Brasil. Dona Marisa sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 24
de janeiro.
Leia a nota na íntegra:
“Hoje
é um dia triste para todos nós, que conhecemos e admiramos Dona Marisa
Letícia. Sabemos do amor e da força que sempre emprestou ao presidente
Lula. Uma mulher de fibra, batalhadora que conquistou espaço e teve
importante papel político.
Dona Marisa foi o esteio de sua família, a base para que Lula pudesse se dedicar de corpo e alma à luta pela construção de um outro Brasil, mais justo, mais solidário e menos desigual, desde as primeiras reuniões sindicais na Vila Euclides, passando pela fundação do PT e da CUT, até a chegada à Presidência da República.
Nos últimos meses, ela e o presidente Lula foram vítimas de perseguições e experimentaram na pele grandes injustiças.
Imagino que a dor de Lula agora é insuportável. Mas tenho certeza que ele saberá superar este momento difícil, recebendo de todos nós, seus companheiros e admiradores, e do povo brasileiro, muitas preces e orações, repletas de carinho e solidariedade.
Estamos juntos, presidente Lula, agora e sempre.
Dilma Rousseff”
PT
Dona Marisa foi o esteio de sua família, a base para que Lula pudesse se dedicar de corpo e alma à luta pela construção de um outro Brasil, mais justo, mais solidário e menos desigual, desde as primeiras reuniões sindicais na Vila Euclides, passando pela fundação do PT e da CUT, até a chegada à Presidência da República.
Nos últimos meses, ela e o presidente Lula foram vítimas de perseguições e experimentaram na pele grandes injustiças.
Imagino que a dor de Lula agora é insuportável. Mas tenho certeza que ele saberá superar este momento difícil, recebendo de todos nós, seus companheiros e admiradores, e do povo brasileiro, muitas preces e orações, repletas de carinho e solidariedade.
Estamos juntos, presidente Lula, agora e sempre.
Dilma Rousseff”
PT
Temer é hostilizado ao visitar Lula em hospital onde está Dona Marisa
A
chegada do presidente Michel Temer e sua comitiva ao Hospital
Sírio-Libanês, por volta das 22h30 desta quinta-feira, foi marcada pro
tumulto. Um grupo de manifestantes xingava ministros e senadores,
enquanto eles deixavam a van e seguiam para dentro do prédio. Além de
Temer, também estavam o ex-senador José Sarney, o recém-eleito
presidente do Senado, Eunício Oliveira, o senador Romero Jucá, os
ministros José Serra, Henrique Meirelles e Eliseu Padilha, e Moreira
Franco, que assumirá a Secretaria Geral da Presidência.
Os
manifestantes, muitos ligados a sindicatos apoiados pelo PT, xingavam o
grupo de “golpistas, vagabundos e assassinos”. O cardiologista Roberto
Kalil Filho, que cuida da ex-primeira-dama Marisa Letícia, foi quem
recebeu a comitiva do lado de fora do hospital.
Todos
deverão ser recebidos pelo ex-presidente Lula, que permanece no
hospital acompanhando sua mulher. Ela permanece numa UTI, respirando com
ajuda de aparelhos. Na tarde desta quinta-feira, Lula recebeu o apoio
do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
ETERNA COMPANHEIRA – Por Flávia Martinelli
Dona Marisa Letícia Lula da Silva (1950-2017)
Foi num palácio. O Palácio da Alvorada. E era domingo festivo: Dia das Mães, 11 de maio de 2003, ano do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos jardins, acontecia um churrasco. Diante da corte de fotógrafos, jornalistas e curiosos, Lula ajoelha-se aos pés de sua mulher. A primeira-dama, então, pousa os pés sobre a perna do marido. E ele amarra o cadarço solto do tênis dela.
Foi num palácio. O Palácio da Alvorada. E era domingo festivo: Dia das Mães, 11 de maio de 2003, ano do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos jardins, acontecia um churrasco. Diante da corte de fotógrafos, jornalistas e curiosos, Lula ajoelha-se aos pés de sua mulher. A primeira-dama, então, pousa os pés sobre a perna do marido. E ele amarra o cadarço solto do tênis dela.
No
dia seguinte, UAU, a foto sai estampada na capa dos principais jornais e
revistas do país. Mais uma vez, o Brasil inteiro se derretia com a
demonstração explícita de afeto do presidente por sua companheira,
Marisa Letícia Lula da Silva. A vida de dona Marisa, no entanto, nunca
foi de Cinderela. Nem Marisa sonhou ser princesa. Lula sempre a tratou
como rainha, fato. Mas isso nada tem a ver com os jardins palacianos do
flagra em Brasília. A majestade de dona Marisa Letícia já vinha de
muito, muito antes do cargo de primeira-dama.
Casada
há 43 anos, Marisa já foi descrita pelo marido como uma “grande mãe
italiana”. Ela esteve ao lado de Lula nas greves, nas lutas, na criação
do PT, nas viagens das caravanas da cidadania, nas campanhas eleitorais.
Mas preferiu ficar longe dos holofotes. “Fora de casa Lula é o centro
das atenções. No campo doméstico, Marisa é soberana. Ela é a âncora da
família”, contou amiga dos tempos de sindicalismo Miriam Belchior, que
foi ex-assessora especial da Presidência. Mulher de opiniões declaradas,
sempre foi discreta, tímida e, segundo a amiga, optou por esse papel.
O
temperamento forte sempre foi da porta para dentro, onde botava “os
pingos nos is”. Em público foi reservada. Gentil, simpática e afetuosa
com os amigos, tratava com indiferença gente que julgava interesseira.
Também nunca foi de lamentar, mas de resolver os problemas. Em sua
primeira entrevista como primeira-dama, à revista Criativa em 2003,
respondeu sobre o segredo de seu casamento: “quando somos jovens
imaginamos que o mundo tem que ser cor-de-rosa, só que ele não é. Isso
muitas vezes é um choque. O amadurecimento proporciona isso, compreensão
das coisas, mais paciência. Nós (Lula e ela) aproveitamos o nosso tempo
juntos para ficar bem, felizes.”
PÉS NO CHÃO DE TERRA BATIDA
Neta
de italianos, dona Marisa nasceu num sitio em São Bernardo do Campo,
SP, onde havia plantações de batata e milho e criações de galinhas e
porcos. A casa de dois quartos onde viveu até o sete anos era de
pau-a-pique e chão de terra batida. Não tinha luz elétrica. Nem água
encanada, só poço. O colchão onde dormia era de palha. Marisa foi a
penúltima filha dentre 12 irmãos. Sua mãe, Regina Rocco Casa, era famosa
benzedeira: sabia tirar quebranto, curava menino com bucho virado. O
pai hortelão, Antônio João Casa, adorava plantas. Marisa puxou isso
dele.
A
primeira-dama tinha “mão boa” para lidar com mudas. Quando levou uma
jabuticabeira no vaso para dentro do apartamento em São Bernardo, Lula
achou que a planta jamais ia vingar. “Eu fiquei, como muitos, todo santo
dia resmungando e dizendo que era impossível”, disse o marido num
discurso em que fez parábola da planta de Marisa. Lula disse que o
Brasil poderia crescer em pleno aperto econômico como a jabuticabeira
que, contrariando todas as previsões, sua mulher fez vicejar. “Como ela
acreditou mais, irrigou mais, cuidou mais do que eu, o pezinho de
jabuticaba dá frutos quatro, cinco vezes por ano, coisa que esse
conselho [Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social] pode imitar se
quiser”, disse Lula, quando criou órgão do governo em fevereiro de
2003.
Marisa
sempre cultivou legumes e verduras. A ponto de não precisar comprá-los
no mercado por anos. Quando virou primeira-dama incrementava a horta
atrás do Alvorada. Orgulhava-se de dizer que os canteiros estavam com
mais variedade. Também povoou o lago do Palácio com peixes e patos
quando se mudou para Brasília. A ex-primeira-dama gostava de bichos. Em
plena correria da campanha do primeiro mandato de Lula, levou para o
apartamento um cabritinho que a mãe rejeitou e o alimentou a mamadeira.
Instinto maternal exercido desde criança. Quando ainda era menina de
nove anos, em vez de bonecas, Maria foi embalar três sobrinhas do pintor
Cândido Portinari. De babá, virou operária aos 13 anos. Embalou, então,
bombons Alpino na fábrica de chocolates Dulcora. Teve de parar de
estudar na sétima série.
ENCONTRO DE FORTES
Moça
bonita, loura de cachos até a cintura, aos 19 anos, Marisa saiu da casa
dos pais para se casar com seu primeiro namorado, Marcos, um motorista
de caminhão. Ele carregava areia para construções durante o dia e de
noite, saía com o táxi do pai, um Fusca, para ganhar um extra. Queria
comprar a casa própria. Seis meses depois do casamento, Marcos foi morto
por bandidos num assalto ao táxi. Viúva, a única herança de Marisa foi o
filho de quatro meses na barriga. Ela morou no primeiro ano de viuvez
com o sogro, depois foi para a casa de sua mãe e trabalhou como
inspetora de alunos num colégio público. Dona Marília, a primeira sogra
que sempre foi amiga do peito de Marisa, ajudou a nora criar o neto de
sangue, Marcos Claudio, e os outros três que a primeira-dama teve com
Lula.
Curiosidade
dos destino: o sogro do primeiro casamento de Marisa, seu Cândido, foi
quem primeiro falou de Marisa para Lula. Em 1973, Luiz Inácio tinha o
apelido de “Baiano”. Novato no sindicato dos metalúrgicos, sofria o luto
por sua primeira mulher, Maria de Lourdes, que perdeu, com o filho, na
sala de parto havia dois anos. Vez ou outra, Lula fazia uma corrida no
taxi Fusquinha de seu Cândido porque a bandeirada era mais barata do que
a dos carros de quatro portas. Lula contou, em entrevista à escritora
Denise Paraná no livro “O filho do Brasil”, que seu Cândido, sempre que
falava da morte do filho, dizia que a nora Marisa era muito bonita. “Foi
muita coincidência. O tempo passou. Quando um belo dia estou no
sindicato chega essa tal de dona Marisa”, disse Lula.
No
encontro entre os dois viúvos não houve suspiros de contos de fada.
Marisa foi ao sindicato buscar um carimbo para retirar sua pensão. Lula
deixou cair sua carteirinha de identidade de sindicalista para mostrar
que também era viúvo. Ele inventou uma firula qualquer na documentação
dela para ter desculpa para pedir o telefone de Marisa. Ela nem atendia
as ligações. Mas o ex-operário, que venceu a primeira eleição para
presidente na quarta tentativa, é insistente. Um dia estacionou o
carrinho TL na porta da casa da viúva loura e botou o então namorado de
Marisa para correr, dizendo que precisava falar um assunto sério com
ela. Lula acabou conquistando a simpatia da mãe de Marisa, Dona Regina, a
benzedeira, e depois o coração da ex-primeira-dama. Em sete meses se
casaram.
COMPANHEIRA DE TODAS AS HORAS
Um ano depois do casamento, Lula já era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Naquele tempo, Marisa não entendia nada sobre sindicalismo, greves, ditadura, passeatas, piquetes… Carregava no colo o recém-nascido Fábio Luiz e tinha na barra da saia o primogênito Marcos Cláudio, que Lula adotou como seu. Um dia, cansada do sumiços de Lula – que saía de casa de madrugada para fazer piquete em porta de fábrica–, Marisa decidiu entrar no curso de política do religioso militante de esquerda Frei Betto. Aos poucos, ela passou a entender a luta dos sindicalistas e acabou por influenciar outras mulheres de metalúrgicos.
Um ano depois do casamento, Lula já era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Naquele tempo, Marisa não entendia nada sobre sindicalismo, greves, ditadura, passeatas, piquetes… Carregava no colo o recém-nascido Fábio Luiz e tinha na barra da saia o primogênito Marcos Cláudio, que Lula adotou como seu. Um dia, cansada do sumiços de Lula – que saía de casa de madrugada para fazer piquete em porta de fábrica–, Marisa decidiu entrar no curso de política do religioso militante de esquerda Frei Betto. Aos poucos, ela passou a entender a luta dos sindicalistas e acabou por influenciar outras mulheres de metalúrgicos.
Certamente
não foi fácil. Lula nunca pôde acompanhar a mulher na maternidade no
nascimento dos filhos, por exemplo. Marisa foi mãe e pai dos meninos.
Reunião de escola, festinha, finanças da casa, crediário… Tudo era ela
quem cuidava. E sem empregada. Joana, considerada uma “irmã de criação”
de Marisa, e a ex-sogra, dona Marília, a acudiam em situações especiais.
Em 1980, os militares tomaram o sindicato e a sala da casa de dona Marisa virou a nova sede dos metalúrgicos. E ela também assumiu posto de secretária. Nesse mesmo ano, Lula foi preso. Acusado de incitar uma greve ilegal, foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional, principal instrumento de repressão do regime militar. “Marisa organizou toda a passeata com as mulheres de metalúrgicos encarcerados. E levou as crianças no meio daquela multidão “, recorda amiga Miriam Belchior, que também participou da manifestação. “Tinha polícia para tudo quanto é lado”, Marisa disse em entrevistas. Ela levava os filhos Marcos, Fábio e Sandro para visitar o pai na cadeia. O caçula, Luiz Cláudio, ainda não tinha nascido.
Em 1980, os militares tomaram o sindicato e a sala da casa de dona Marisa virou a nova sede dos metalúrgicos. E ela também assumiu posto de secretária. Nesse mesmo ano, Lula foi preso. Acusado de incitar uma greve ilegal, foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional, principal instrumento de repressão do regime militar. “Marisa organizou toda a passeata com as mulheres de metalúrgicos encarcerados. E levou as crianças no meio daquela multidão “, recorda amiga Miriam Belchior, que também participou da manifestação. “Tinha polícia para tudo quanto é lado”, Marisa disse em entrevistas. Ela levava os filhos Marcos, Fábio e Sandro para visitar o pai na cadeia. O caçula, Luiz Cláudio, ainda não tinha nascido.
Sempre
junto de Lula, dona Marisa fundou o partido dos trabalhadores também em
sua sala. “Marisa entendia a missão do Lula. Ela só pegava no pé do
marido aos domingos”, disse Luiz Marinho, amigo do casal, ex-presidente
do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e ministro da Previdência no
governo Lula. Para ela, domingo era sagrado, era o dia da família. E
pouco importava se o almoço familiar acontecesse no apartamento de São
Bernardo ou nos salões projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A cena
dominical do dia das Mães em que Lula se ajoelhou aos seus pés não teve
nada de excepcional como alardeou a imprensa na época. Os pequeninos
gestos de carinho de Lula à sua mulher eram rotineiros. Em uma
entrevista, Marisa disse: “Em um casamento o amor é muito importante.
Mas sonhar juntos é fundamental”. Nos sonhos de dona Marisa, estávamos
todos incluídos.
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